República Cooperativa da Guiana
A Guiana é um país localizado no norte da América do Sul, entre a Venezuela, o Brasil, o Suriname e o oceano Atlântico. Culturalmente, é parte do Caribe Anglófono. A Guiana foi colônia britânica, neerlandesa, francesa e, por 200 anos, espanhola. É o único estado-membro da Commonwealth situado no continente sul-americano. Faz parte também da Comunidade do Caribe (CARICOM), cuja sede foca na capital da Guiana, Georgetown. A Guiana ficou independente do Reino Unido em 26 de maio de 1966 e tornou-se uma república em 23 de fevereiro de 1970.
A zona mais habitada é a faixa litoral, constituída por um terreno plano, pantanoso e, em grande parte, posicionado abaixo do nível do mar. Para evitar inundações, foi construído um complexo sistema de diques e canais. O interior do país é ocupado pela densa floresta amazônica.
História:
Explorada por navegantes espanhóis a partir de 1499, o território foi colonizado no século XVII por neerlandeses da Companhia das Índias Ocidentais. Em 1814, a Holanda cedeu a região aos ingleses, que a batizaram oficialmente de Guiana Inglesa em 1831, tornando-a colônia britânica.
Diante das dificuldades encontradas para recrutar trabalhadores braçais entre os indígenas, as autoridades coloniais decidiram importar escravos negros. Com a abolição da escravidão em 1837, os trabalhadores indianos substituíram os negros nas plantations do interior.
Com a vitória eleitoral do Partido Progressista do Povo em 1953, 1957 e 1961, teve início o processo de independência do Reino Unido, concluído em 1966. O país, no entanto, permaneceu como membro da Comunidade Britânica. Em 1970, tornou-se república.
A vida política é dominada pelo Partido Progressista do Povo (PPP), que defende os interesses da maioria indiana, e pelo Congresso Nacional do Povo (CNP).
A curta história do país caracterizou-se por tensões étnicas, corrupção e ineficácia governamental. A fragilidade institucional levou a um rígido plano de austeridade nos anos 1990.
Em 2001, Bharrat Jagdeo, do PPP, foi eleito presidente.
Geografia:
O território da Guiana é formado por uma faixa costeira pantanosa, por um planalto central no interior e por uma região montanhosa situada na fronteira com a Venezuela e com o Brasil. A oeste situa-se o principal sistema montanhoso - a serra de Pacaraíma -, que culmina no Monte Roraima. No sul, com altitudes menores, ergue-se a serra do Acaraí, chamada pelos indígenas de Guayanas, que significa "terra de águas". De facto, vários rios cortam o território guianense, os principais sendo o rio Essequibo, o Demerara, o Berbice e o Corentyne, na fronteira com o Suriname. Muitos se prestam à navegação de embarcações de grande calado.
O clima é semelhante ao equatorial: a temperatura média é alta, as variações térmicas são pequenas, e as chuvas abundantes, em particular na costa. Além da floresta tropical, existem manguezais no litoral e pastagens de savana nas zonas de maior altitude. A situação da população, maioritariamente formada de índios, negros e mestiços, tem índices de bem-estar social muito baixos.
Demografia:
A população descende em boa parte (51%) de imigrantes da Índia. Há também descendentes de africanos, mestiços e ameríndios. O país regista a expectativa de vida mais baixa entre os países da América do Sul. As maiores cidades localizam-se no litoral, próximas à capital Georgetown.
Densidade demográfica: 3,5 habitantes por quilômetro quadrado
População urbana: 28%
Crescimento Demográfico: 0,24% ao ano
Fecundidade: 2,13 filhos por mulher
Expectativa de vida (M/F): 62/68,2 anos
Mortalidade Infantil: 44 mortos por mil nascidos vivos
Analfabetismo: 1%
Mais da metade da população da Guiana, 51%, é cristã. Os protestantes representam 22% da população, os católicos 11% e os anglicanos 9%. Há notável adoção do hinduísmo, uma vez que 33% da população professa esta fé. A explicação é que grande parte dos guianenses são descendentes de indianos. Os islâmicos respondem por 8% da população do país.
Economia:
A economia da Guiana ainda é muito dependente do setor primário, que responde, sozinho, por mais de 30% do PIB do país. As principais atividades são a mineração, a exploração madeireira, a agricultura, a criação de gado e, em menor escala, a pesca. O item agrícola de maior importância é a cana-de-açúcar, seguida de arroz, mandioca e frutas. Na mineração, o destaque é a bauxita. A indústria ainda é bastante precária. De maneira geral, a Guiana encontra-se tecnologicamente atrasada em todos os setores de sua economia e depende de capital estrangeiro para se desenvolver.
Com a construção da ponte sobre o Rio Tacutu, inaugurada em 14 de setembro de 2009, ligando o sul da Guiana (Lethem) ao norte do Brasil (Roraima) , a economia guianense pode se fortalecer, devido à grande quantidade de produtos do norte brasileiro que poderiam, utilizando-se do porto de Georgetown, ser exportados para além-mar.
Cultura:
Muitos indo-guianenses seguem o hinduísmo e o islamismo. Por isto, é comum encontrar templos hindus e mesquitas muçulmanas. Os guianenses que seguem estas religiões cultivam os hábitos dos demais hindus e muçulmanos do mundo. Alguns afro-guianenses, devido a influência jamaicana no mundo no que se trata do estilo rastafári, usam cabelos dreadlocks e gostam de ouvir música reggae. First Born é uma banda de sucesso no país atualmente. Falando em reggae, muitos já ouviram falar em Eddy Grant, cantor conhecido mundialmente pelas canções, "I don't wanna dance" e "Gimme hope, Joanna, gimme hope", além de muitas outras, nasceu na Guiana. Trinidad e Tobago exerce influência no país através do calipso. O carnaval guianense é repleto de concursos de cantores de calipso e seu mais novo estilo, soca. Os afro-guianenses, em sua maioria, são praticantes do cristianismo, sendo membros de várias denominações, desde a católica até a protestante.
Diferentemente do resto da América do Sul que possui preferência absoluta pelo futebol, a maioria dos guianenses prefere o críquete, esporte muito popular no Caribe. A Guiana e os demais países de língua inglesa caribenhos formam uma das mais importantes seleções de críquete, o West Indies.